Escrever e divulgar assuntos  ligados ao Direito requer espírito inovador, mas também cautela

A era da informação e da economia digital atinge todos os tipos e níveis de negócios e empresas. Nesse cenário, se comunicar com o mercado permite a existência pública de profissionais e, entre estes, estão também advogadas e advogados que buscam cada vez a conquista da visibilidade. Estamos na era da construção da credibilidade! A Smartcom – Inteligência em Comunicação tem acompanhado e feito parte deste movimento! Desde 2021, vimos a nossa carteira de clientes jurídicos crescer dentro da empresa na assessoria de imprensa e nas redes sociais, o que nos provocou novos conhecimentos em Direito que estão convergindo com resultados positivos.

É verdade que na assessoria de imprensa algumas características da publicidade se encontram com as do jornalismo. Em consulta pública realizada em 2019 pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a classe externou sua vontade em discutir as normatizações sobre marketing jurídico que as atinge. Assim, 82% de um universo de 13 mil advogados consultados se mostraram favoráveis à publicidade nas redes sociais e 83% favoráveis a regras de publicidade flexíveis, além de 70% dos advogados quererem divulgar seus serviços por meio de plataformas digitais.

Nesse contexto de aprendizados e mudanças, percebem-se os desafios, que requerem cautela na abordagem da assessoria de imprensa sobre os assuntos jurídicos diante de regras específicas de divulgação.

Cuidados no atendimento a clientes jurídicos

Primeiro, a assessoria de imprensa deve ter rigor na apuração das pautas jurídicas, fazendo com que, de uma maneira ou de outra, dialoguem com o jornalismo factual. Essa habilidade é o que fornece aos assuntos do dia do Direito as tonalidades up-to-date e de relevância para despertarem o interesse público. Fazer com que nossos clientes enxerguem a importância de suas agendas para a sociedade é fundamental, afinal, o Direito tem uma aderência social enorme. Portanto, as entrevistas com os clientes jurídicos são momentos oportunos para o aprofundamento de assuntos e o estabelecimento do melhor direcionamento no tratamento dos temas para a produção textual.

Outro desafio é traduzir o dito “juridiquês” para o universo informativo da produção noticiosa do jornalismo diário numa ação inovadora que apresente  novidades. A assessoria de imprensa deve ter conhecimento sobre Direito e sobre os assuntos cotidianos para buscar a palavra adequada e a construção textual que torne o tema leve, informativo e não tão formal como é o texto jurídico. A busca por conhecimento para a realização dessa operação é constante e mobiliza leitura do noticiário, dos veículos jurídicos e até mesmo da legislação pertinente ao tema abordado.

O terceiro fator, mas não menos importante, que o assessor de imprensa deve estar atento são as regras colocadas pela Ordem dos Advogados (OAB), que preveem a forma de exposição da informação jurídica na mídia. Essa informação é interpretada como um modo de proximidade com a propaganda.

Essas regras foram atualizadas no ano passado no novo Provimento 205/2021, mas se mantiveram também de acordo com o Código de Ética da classe. Algumas ações foram liberadas, especialmente, no universo do marketing jurídico, no impulsionamento digital – desde que não utilizem excessivos recursos financeiros nas redes sociais. Essas mudanças – de forma direta ou indireta – afetam os materiais divulgados pela assessoria de imprensa. A prioridade deve ser sempre por conteúdos essencialmente informativos e educativos, que sejam profundos, porém, inteligíveis, com informações relevantes, explicativas  e exemplificativas para o leitor.

Algumas restrições se mantiveram e devem ser observadas pelas assessorias de imprensa com cautela na redação dos textos jurídicos, a saber: como mencionado, a divulgação deve ter caráter essencialmente informativo; e o operador jurídico pode divulgar seus serviços desde que não faça captação de clientela. Seguindo essas diretrizes, evita-se a “mercantilização da advocacia.” Nessa linha, é possível, por meio da assessoria de imprensa, acionar um marketing de conteúdo, com uma estratégia informativa, dando visibilidade a conteúdos jurídicos produzidos pelos advogados que não ofertem serviços diretamente, divulgando valor de honorários, por exemplo.

As possibilidades com o novo provimento quanto ao conteúdo jurídico englobam informar especialidades comprovadas que o advogado realmente tenha e se comunicar com a audiência sem o uso de expressões persuasivas ou com o intuito de convencer diretamente alguém a contratar o serviço.

Como se nota, a assessoria de imprensa jurídica tem especificidades que devem ser observadas na hora de sua divulgação. Em que pese o novo provimento conter algumas restrições, podemos avaliar que há características da informação jurídica com a requerida pelo bom jornalismo. Ou seja, que seja um conteúdo informativo, de relevância social e de interesse público. As duas áreas, nesse sentido, convergem  e constroem juntas sob os mesmos valores. A assessoria ganha em novas experiências e o cliente, com a evolução do seu negócio.

*Por Josi Quevedo, analista de comunicação atuante na assessoria da imprensa da Smartcom desde junho de 2021. Atende clientes jurídicos e da área de tecnologia.

 

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