Você já parou para pensar no que você realmente vende para o seu cliente? Conhecimento, experiência, especialidade? Os advogados vendem tudo isso, mas executam o trabalho por meio do tempo, das horas disponíveis que possuem para alocar na atividade-fim do negócio. E o mesmo ocorre com a equipe jurídica contratada: o escritório “compra” as horas disponíveis desses profissionais. E como medir a produtividade em tempos de trabalho remoto?

Medir tempo não tem a ver com controle de jornada, isto é, o horário que esse profissional inicia ou finaliza suas atividades. O que deve ser levado em consideração é a alocação de tempo em clientes e em determinadas tarefas.

Para o tempo disponível, por se tratar de algo intangível e de difícil controle para o advogado, algumas ferramentas podem contribuir para trazer eficiência ao trabalho e um olhar mais apurado para o profissional naquilo que tem demandado o seu tempo diário. Entre as opções, o timesheet é um dos sistemas que podem ser utilizados para registrar e otimizar o tempo das atividades e, principalmente, construir um histórico de alocação necessária de tempo em determinadas atividades.

Também é fundamental que os escritórios analisem o custo desse tempo alocado em clientes e comparem com a receita gerada em processos, contratos e até mesmo êxitos. Registrar tempo não é necessariamente para cobrança por hora, mas para gerir o principal bem que a banca possui, seu tempo, suas horas de trabalho que são disponibilizadas ao cliente.

Além disso, é importante reconhecer as habilidades específicas de cada membro da equipe. Com tais análises, é possível alocar as pessoas certas para determinado processo ou tarefa.

Um gerenciamento assertivo contribuirá diretamente para a tomada de decisões. Hoje, para a rentabilidade da banca, o sócio precisa, por meio do departamento financeiro, medir seus números e o tempo da equipe. Você não pode gerenciar aquilo que você não está medindo.

O fato é que, em uma nova dinâmica no sistema de trabalho, a rotina de advogados e profissionais de outras áreas foi alterada, e tanto empresas quanto colaboradores tiveram e ainda terão de se adaptar aos desafios, que podem inclusive estar ligados às ferramentas de trabalho.

Vale citar que, em um cenário que abrange não apenas os escritórios de advocacia, mas as organizações como um todo, 67% das empresas tiveram dificuldades para implementar o home office inicialmente, conforme apontou um estudo feito pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Os dados foram coletados junto a 139 empresas brasileiras de pequeno, médio e grande portes. Mesmo diante dos desafios, 50% dessas organizações tiveram as expectativas superadas com a nova experiência de trabalho e 44% confirmaram que o resultado ficou dentro do previsto.

A mesma pesquisa revelou que 34% das empresas pretendem manter o home office para 25% do quadro de funcionários, enquanto 29% querem continuar com o teletrabalho para 50% da equipe ou até todos os funcionários. Diante do novo regime de trabalho, apostar nas ferramentas certas de gestão fará toda a diferença para a maior produtividade e a análise da lucratividade esperada em contratos específicos e no resultado final do negócio.

https://www.conjur.com.br/2020-nov-01/machnick-produtividade-equipe-juridica-home-office

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